Gladson Cameli foi um dos principais arquitetos políticos da Ponte do Madeira

AC24H

Desde quando se elegeu deputado federal pela primeira vez, em 2006, Gladson Cameli, sempre teve como uma das suas principais bandeiras de mandato a construção da Ponte do Madeira, na região da Ponta do Abunã, em Rondônia. Na realidade o sonho de ver o Acre definitivamente ligado por estrada com o resto do Brasil era também uma pretensão do seu tio, o ex-governador Orleir Cameli. Gladson, como deputado e senador, mobilizou-se durante 12 anos junto ao Governo Federal para transformar o sonho em realidade. Posteriormente, como governador, não cessou as tratativas junto ao presidente Jair Bolsonaro para viabilizar a conclusão da Ponte, que será inaugurada neste dia 7 de maio.

A epopeia dessa obra, que pode ser considerada uma das principais da Amazônia, atravessou os governos de três presidentes brasileiros, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. A ordem de serviço foi dada em 2013 e a construção iniciou-se em 2014. Mas o alto custo da ponte, em torno de R$ 150 milhões aos cofres públicos, e a complexidade da obra, com quase dois quilômetros de extensão, eram obstáculos a serem superados. Construir uma ponte magnitude numa região de solo arenoso com grande fluxo de águas dos rios Madeira e Abunã durante os invernos amazônicos, precisava da constante criatividade da engenharia, sempre com reflexos na política.

 EM 29 DE JULHO DE 2015 – INSPENÇÃO NA OBRA DE CONSTRUÇÃO DA PONTE SOBRE O RIO MADEIRA, JUNTAMENTE COM OS ENGENEHIROS CIVIS- FOTO: REPRODUÇÃO

A engenharia política da obra

Para enfrentar os desafios Gladson participou de inúmeras reuniões com presidentes e ministros dos sucessivos governos para viabilizar o orçamento da Ponte do Madeira. Também empreendeu várias visitas técnicas aos canteiros de obras levando empresários e políticos para conhecerem o trabalho que era realizado. Sem falar nas crises econômicas que sugiram no país ao longo desses sete anos que demandavam sempre a necessidade de convencer as autoridades federais da enorme importância econômica e social da empreitada para as populações do Acre e de Rondônia. Um esforço continuo para que as obras não parassem diante dos obstáculos que iam surgindo.

15 DE SETEMBRO DE 2015 – DNIT ASSEGURA QUE NÃO HAVERÁ CORTES NAS OBRAS DAS BRs 364 e 317 E DA PONTE DO MADEIRA – FOTO: REPRODUÇÃO

Tudo isso demandou uma articulação política constante das bancadas federais do Acre e de Rondônia durante quatro legislaturas para que a obra não fosse relegada a um segundo plano. E Gladson foi um dos principais atores para manter vivo nas mesas de negociações o sonho de libertar o Acre do isolamento geográfico e econômico.

Abertura de novos caminhos econômicos ao Acre

A Ponte do Madeira representa um passo gigantesco no processo de integração de toda a Amazônia com o resto do Brasil. Possibilitará o acesso terrestre entre os Oceanos Atlântico e Pacífico abrindo um novo corredor para exportações dos estados amazônicos aos países Andinos, à Costa Leste Norte Americana e ao Continente Asiático.

DIA 3 DE OUTUBRO DE 2020 – GLADSON VISITA OBRA COM COMITIVA DO GOVERNO FEDERAL, BANDACADA DO ACRE E ATUAL GOVERNADOR DO RONDÔNIA, MARCOS ROCHA – FOTO: REPRODUÇÃO

Não há dúvidas que todo esse esforço político para garantir a conclusão da obra da Ponte do Madeira beneficia principalmente a economia do Acre. Isso irá se refletir na agilidade do trânsito de mercadorias que chegam e saem do estado e num substancial economia dos fretes. Segundo dados da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agricola do Acre (Acisa) os empresários acreanos deverão ter uma redução de despesas com transportes em torno de R$ 3 milhões por mês depois da Ponte inaugurada. Outro aspecto importante é que a sua construção propiciou a elevação do leito da BR-364 naquela região suscetível as inundações durante as cheias dos rios. Isso evitará o isolamento do Acre nas estações mais chuvosas e o consequente aumento vertiginoso dos preços das mercadorias para a população.

DIA 28 DE ABRIL DE 2021 – São 1.520 metros de extensão e 14,45 metros de largura, com duas pistas, dois acostamentos e passarela para pedestres – Foto: Reprodução

Assim apesar da obra estar em território rondoniense são os acreanos que serão contemplados com novas perspectivas econômicas e sociais a partir da inauguração da Ponte do Madeira. O Acre se tornará mais atrativo para empresas que queiram investir no seu território podendo gerar novas oportunidades de trabalho e renda para milhares de pessoas. Abrem-se possibilidades de rotas terrestres de transporte de produtos para os portos do Atlântico através da BR-364. Somando-se a uma outra opção pela Estrada do Pacifico com as mercadorias podendo alcançar os portos peruanos e chilenos para a exportação.

Recordar é viver

Ainda como deputado federal, em 2014, Gladson Cameli visitou as obras recém iniciadas da Ponte do Madeira acompanhado do vice-governador de Rondônia, Airton Gurgacz. Naquele momento declarou para a imprensa rondoniense que a conclusão da obra abriria uma nova perspectiva econômica para o Acre e Rondônia através da ligação direta com a Estrada do Pacífico para alavancar novos empreendimentos aos dois estados.

DIA 6 DE DEZEMBRO DE 2014 – VISITA A OBRA DA PONTE SOBRE O RIO MADEIRA COM O VICE-GOVERNADOR DE RONDÔNIA AIRTON GURGACZ – FOTO: REPRODUÇÃO

Quando eleito o senador mais jovem da história do país, em 2014, Gladson Cameli declarou para a imprensa nacional.

“A construção da Ponte do Madeira será a prioridade de todos os meus esforços como senador junto ao Governo Federal. Essa obra representa a libertação da população do Acre. Através do acesso terrestre, sem precisarmos de balsa, estaremos mais perto da tão sonhada integração com o resto do país”.

DIA 9 DE JUNHO DE 2016 – AUDIÊNCIA PARA GARANTIR RECURSOS COM ACRE COM O MINISTRO DOS TRANSPORTES MAURICÍO QUINTELLA – FOTO: REPRODUÇÃO

Entrevistado pela Revista Veja, logo depois da sua eleição ao Senado, Gladson avaliou a Ponte do Madeira como essencial para o desenvolvimento do agronegócio no Acre.

“Defendo o desenvolvimento do Acre e um dos pontos mais importantes para isso acontecer é conclusão da Ponte sobre o Rio Madeira que ficou doze anos no papel. No passado, ficamos isolados por causa das cheias do Rio Madeira, e essa é a principal obra que vou defender e lutar no Senado”.

DIA 24 DE ABRIL DE 2016 – CHEIA DO RIO MADEIRA QUASE COMPROMETEU A ESTRUTURA DA PONTE – FOTO: AC24HORAS.COM

Durante o ano de 2016, quando os pilares da Ponte em construção sofreram abalos por conta da vibração de inúmeros balseiros devido a cheia do rio, Gladson se uniu à bancada federal acreana para uma visita ao local. Entregou um relatório técnico ao Governo Federal através do DNIT e recebeu a resposta de que a obra continuaria sem a diminuição de operários e com medidas para sanar os problemas.

Ainda em 2016, o então senador Gladson Cameli, participou de uma reunião com o ex-presidente Michel Temer e as bancadas federais do Acre e Rondônia. Na ocasião ele declarou:

“Tivemos toda a garantia do presidente de que essa obra vai continuar e que não irão faltar recursos para a sua conclusão. Esse é o empenho do nosso mandato e da nossa bancada para unidos fazermos do Acre um lugar atrativo para investimentos econômicos que alavanquem o nosso desenvolvimento”.

DIA 28 DE DEZEMBRO de 2018 – CONCLUSÃO VÃO CENTRAL DA PONTE – FOTO: REPRODUÇÃO

Em 2018, Gladson organizou uma caravana de empresários acreanos para uma nova visita aos canteiros de obras da Ponte. Com a construção adiantada o senador declarou, ao lado dos empresários, que o sonho da integração do Acre estava perto de se realizar.

Como governador, Gladson Cameli, tratou da aceleração das obras da Ponte do Madeira, por diversas vezes, diretamente com o presidente Bolsonaro. Sempre na perspectiva de promover uma revolução econômica no estado incentivando o aumento da produção através do agronegócio. A Ponte do Madeira é essencial por permitir que os produtos acreanos alcancem os portos do Atlântico e do Pacífico por via terrestre. Um incentivo para que o Acre possa entrar de maneira relevante no mapa dos produtores de grãos para a exportação a outros países.