Idosa perde a visão de um olho enquanto espera cirurgia de catarata no Acre


Idosa perde visão de um olho enquanto espera por cirurgia de catarata

Idosa perde visão de um olho enquanto espera por cirurgia de catarata

Há dois anos a dona de casa Maria do Socorro, de 65 anos, tenta conseguir uma cirurgia de catarata. Durante esse tempo, a idosa perdeu a visão do olho direito e teme fica cega também do outro olho.

Em janeiro, Maria passou por exames para fazer a cirurgia na Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre). O procedimento foi autorizado, mas ela não foi chamada. Recentemente, a unidade ligou para que Maria refizesse alguns exames. Ela refez, mas foi informada que vai ser operada apenas no dia 25 de janeiro de 2021. A notícia deixou a idosa preocupada e frustrada.

De 2018 para cá, Maria do Socorro fez exames, consultas, cobrou várias vezes a cirurgia na Fundhacre e o quadro dela foi piorando.

“Já perdi a visão do olho direito, do esquerdo enxergo pouco, ando e só vejo vultos, não consigo ver. Queria que agilizasse, fizesse antes minha cirurgia, me encaixasse para fazer antes de janeiro. Vou ficar até janeiro assim?”, criticou.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou, por meio do setor de Regulação, que vai retornar com as cirurgias oftalmológicas que estavam paradas há cinco anos. Segundo a Saúde, Maria do Socorro fez, no último dia 14, exames pré-operatórios e saiu com o agendamento prévio da cirurgia.

Maria do Socorro tem já perdeu a visão do olho direito devido à catarata e aguarda cirurgia — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Maria do Socorro tem já perdeu a visão do olho direito devido à catarata e aguarda cirurgia — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Incapacidade

 

Cega de um olho e com a visão do outro comprometida, Maria do Socorro precisa de ajuda dos familiares para tudo. Ela deixou de trabalhar em janeiro, parou de auxiliar nas despesas de casa e agora a família depende apenas da aposentaria do marido dela.

“Estou cega, não consigo fazer mais nada na minha casa, não consigo abrir a porta, nada. Tenho que ter uma pessoa para tudo, para me levar no banheiro, se der vontade à noite. Não tenho condições de pagar, se pudesse pagaria, mas não tenho. Não posso trabalhar porque não enxergo”, lamentou.

Procedimentos parados

 

O Complexo Regulador da Sesacre divulgou que os procedimentos oftalmológicos estavam parados há cinco anos no estado e retornaram em fevereiro. Desde então, já foram realizadas 160 cirurgias e 333 atendimentos, entre consultas e exames.

“Inicialmente tínhamos 12 mil procedimentos, mas já andamos com essa fila. Paramos em março por conta da pandemia e voltou em abril com algumas adaptações. A demanda hoje não é mais 12 mil, mas era quando a Sesacre assinou o contrato. Estamos fazendo uma triagem com os pacientes”, destacou a gerente assistencial do Complexo Regulador da Sesacre, Pedrini Penha.

Para reduzir a fila, o Estado fez uma parceira com o Hospital Oftalmológico do Acre (HOA). “A finalidade do contrato, além de acabar com a demanda que estava reprimida, é dar conforto ao paciente e ele tratar aqui na cidade. Conforme a necessidade vamos fazendo adaptações no contrato”, finalizou.