Morre paciente que teve internação supostamente recusada por médica no Santa Juliana

 

A enfermeira Daniele Cristina da Silva Flor, de 45 anos, faleceu na tarde desta terça-feira, 14, em uma Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Juliana (HSJ), em Rio Branco. Daniele foi a paciente que motivou uma nota de repúdio do Sindicato dos Condutores de Ambulância do Estado do Acre (SINDCONAM) e do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (SINTESAC) contra a médica Márcia Vasconcelos, da unidade de saúde.

De acordo com a nota, na tarde dessa segunda-feira, 13, Daniele foi transferida com regulação e autorização da UPA do 2º Distrito para a UTI do Hospital Santa Juliana (HSJ). Chegando à unidade de destino, a médica Márcia Vasconcelos teria se recusado a receber a paciente, alegando não saber do caso e afirmando que a mesma não havia passado pelo processo de regulação, mesmo com os demais profissionais terem apresentado previamente regulado e autorizado a transferência pelo médico que a antecedeu.

Os sindicatos afirmam ainda que a paciente aguardou na porta da UTI em maca de transporte, com oxigênio e baterias limitadas por diversos minutos, até que Márcia conseguisse contato com o médico que a tinha antecedido, expondo a paciente a condições que, segundo a nota, podem ter agravado seu quadro.

Familiares que pediram para não se identificar estão indignados com a morte da enfermeira. “Isso é um absurdo. A minha tia passou toda a vida ajudando a salvar vidas e quando precisou de atendimento, acontece uma coisa dessas. A gente não sabe nem quanto tempo ela esperou. Nossa dúvida é: será que se ela tivesse sido levada logo para UTI minha tia não estaria viva?”, questiona uma sobrinha de Daniele.

O ac24horas conversou com o motorista da Unidade de Suporte Avançado – USA COVID 19 do Serviço Móvel de Urgência (SAMU), José Augusto Ayache, que também é presidente da categoria e teria sido ofendido pela médica. “Foi uma cena ridícula. Ficamos na porta da UTI por 10 ou 15 minutos. Eu não posso dizer que ela estaria viva, mas se tudo tivesse sido feito da forma correta, neste momento nenhuma dúvida passaria pela cabeça de ninguém”, garante.

O ac24horas procurou o Hospital Santa Juliana e a médica Márcia Vasconcelos, que ainda não se posicionaram sobre o assunto. O espaço segue aberto.