Samu do AC recebe capacitação para atender casos suspeitos de coronavírus após confirmação do 1º caso no Brasil


Técnicos e condutores do Samu são capacitados para atender casos suspeitos de coronavírus no Acre — Foto: Guilherme Barbosa/Rede Amazônica Acre

Técnicos e condutores do Samu são capacitados para atender casos suspeitos de coronavírus no Acre — Foto: Guilherme Barbosa/Rede Amazônica Acre

Técnicos e condutores de ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Acre iniciaram, nesta quinta-feira (27), a capacitação sobre o coronavírus. A capacitação iniciou um dia depois que o Brasil confirmou o primeiro caso da doença no país.

Trata-se de um homem que mora em São Paulo, tem 61 anos, e veio da Itália.

Nesta quinta, o Ministério da Saúde anunciou que subiu de 20 para 132 casos suspeitos de coronavírus no Brasil. Além disso, há outras 213 notificações que não chegaram a ser analisadas pelos técnicos antes da elaboração do boletim.

No Acre, a capacitação iniciou por profissionais da capital acreana, Rio Branco, e segue para os demais municípios do estado. A responsável técnica pela área de vigilância de influenza, Tânia Bonfim, explicou que cerca de 200 técnicos devem passar pelo treinamento.

“De acordo com a situação epidemiológica da doença, nosso cenário vai sendo modificado da mesma forma que nosso plano e estratégias de capacitação. Pretendemos, caso seja registrado algum caso, que todos nossos técnicos tenham capacidade para atuar tranquilamente diante de um caso”, reforçou.

No início de fevereiro, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) treinou servidores do Pronto-Socorro de Rio Branco para atender casos suspeitos de Covid-9. O PS foi a unidade de saúde do Acre destacado como referência para atender os casos suspeitos da doença.

A Sesacre já tinha anunciado, no final do mês de janeiro, que montou um plano de prevenção e resposta rápida para atuar em casos de coronavírus no estado acreano.

“Temos um plano de contingência já elaborado que contempla todas essas fases. O PS é nosso hospital de referência se o paciente precise internar. A maioria das pessoas que contrair essa doença não tem necessidade de internação, faz o repouso em casa acompanhado da atenção básica. Se tiver alguma complicação respiratória vai ser isolada e já temos esse isolamento no Huerb pronto”, acrescentou Tânia.

Dicas de prevenção contra o coronavírus — Foto: Arte/G1

Dicas de prevenção contra o coronavírus — Foto: Arte/G1

Capacitação

O treinamento é feito pelo médico infectologista Thor Dantas, que atua neste tipo de capacitação pela segunda vez no estado. A primeira vez foi para atendimento em casos de influenza no Acre.

“A ideia é fazer aqui uma capacitação que chamamos de exposição dialogada, que colocamos uma situação real e ver como cada um se colocaria frente essa nessa situação e depois puxamos o conceito, os protocolos e voltamos a simular as situações que temos na prática”, garantiu.

O profissional frisou que o treinamento é o principal passo que a saúde do estado dá para ajudar no combate da doença no país.

“Ninguém está preparado para uma pandemia de um vírus que não existia até então. O que todo mundo faz é tentar se preparar da melhor forma e esses esforço são o que tem que ser feitos. Temos que empregar nossos melhores esforços em uma preparação adequada. Se isso vai ser suficiente ou não para conter um vírus que ninguém conhece direito só o tempo dirá, mas nosso trabalho estamos fazendo”, relembrou.

Prevenção

As pessoas com sintomas da doença devem evitar locais de aglomeração, lavar bem as mãos ou usar álcool em gel, não levar as mãos aos rosto se for espirrar ou tossir e procurar uma unidade de saúde para saber os procedimentos adotados.

“A gente vive um conceito novo que se chama etiqueta respiratória. Todo mundo que tem sintomas respiratórios, pode ser um resfriado mais bobo que seja, tem que seguir certas etiquetas que fazem com que diminuam as chances de transmissão. Já tivemos problemas com H1N1, com Sarja, temos agora com o coronavírus. Depois desse coronavírus, novos virão em breve, é uma coisa que vem para ficar no mundo moderno essas epidemias respiratórias e temos que lidar”, disse.

O coordenador do Samu, Pedro Pascoal, contou que o estado precisa se preocupar tanto com os casos no Brasil, como também com os países vizinhos, já que faz fronteira com Peru e Bolívia.

“Pela característica geográfica de nosso estado fazemos uma tríplice fronteira e estamos expostos, não só a contaminação que vem do nosso país, mas também de países vizinhos. É uma característica do Samu a transferência de pacientes desses municípios que se localizam na fronteira. Então, uma vez um paciente com suspeita desse vírus, temos que estar capacitados para impedir a disseminação dele”, argumentou.

Colaborou Guilherme Barbosa, da Rede Amazônica Acre.