Mais de 10 marcenarias são fechadas no interior do Acre por estarem funcionando de forma irregular

Uma operação do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) fechou 13 marcenarias que funcionavam de forma irregular na Vila Caquetá, em Porto Acre. O trabalho é resultado de investigações que iniciaram há cerca de três meses. De acordo com o órgão ambiental, os estabelecimentos não tinham licença e acabavam também incentivando a retirada de madeira ilegal da área.

As empresas foram embargadas e devem ficar assim até conseguirem se regularizar. O agente de fiscalização e chefe da Divisão de Manejo Florestal, Quelyson Souza, explicou também que as madeiras que seriam usadas nas marcenarias foram apreendidas.

A operação contou ainda com o apoio do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), Batalhão Ambiental da Polícia Militar e Ministério Público do Acre (MP-AC). Segundo Souza, as empresas já tinha assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas seguiam com atividade irregular no local.

“Nós, ao longo desses últimos meses, estamos intensificando algumas operações para localizar e identificar quem são possíveis receptores de madeira ilegal e, em operações nas proximidades da Vila Caquetá, e em um assentamento chamando Baixa Verde, achamos alguns desmatamentos grandes e com grande retirada de madeira ilegal”, explicou Souza.

O chefe de fiscalização falou ainda que essa madeira irregular é revendida para terceiros. “Quando achamos esses desmatamentos procuramos identificar quem são as pessoas que estão recebendo, porque derrubam árvore de forma ilegal e levam para algum lugar para ser transformado em móvel para vender”, acrescentou.

O fiscal afirmou ainda que como os estabelecimentos não tinham licença ambiental, acabavam alimentado a retirada de madeira ilegal naquela região. O Imac, então, fez um levantamento de quantos locais tinham na Vila Caquetá e quantos estavam licenciados.

“Verificamos que nenhuma dessas marcenarias tinham licença ambiental e, como trabalham de forma ilegal, acabam recebendo madeira ilegal. Então, conseguimos identificar onde ocorriam os desmates e quem possivelmente estava recebendo essas madeiras e abasteciam esse comércio local”, falou Souza.

Ele disse ainda que a fragilidade da fronteira entre Boca do Acre, no Amazonas, e o Acre facilita ainda mais a entrada de madeira ilegal pelo estado amazonense. Nos empreendimentos, os donos estão sendo autuados e as empresas fechadas.

Souza destacou ainda que em todos os casos, os problemas eram documentais. As empresas não tinham documentos essenciais para a retirada da licença ambiental.

“São casos de documentos que são pré-requisitos para a retirada da licença e as empresas não têm, como local inadequado, alguns não tem CNPJ, outros faltam contratos da detenção do local. Então, não é que o Imac não queira emitir licença, é porque falta documentação básica pata abrir o processo de licenciamento e eles que têm que resolver isso junto a outros órgãos”, esclareceu.