Parentes de pacientes internados em UTI pedem ajuda para comprar medicamento

 

Apesar do anúncio do governo do Acre, que já teria investido mais de R$ 53 milhões apenas para combater a pandemia do Covid-19, muitas situações estão longe de serem solucionadas, como manter medicamentos necessários para tratamento de pacientes contaminados pelo vírus e que seus estados de saúde os levaram a internação nas Unidades de Tratamento Intensivo – UTIs do Pronto Socorro e Into.

Prova disso são os pedidos de ajuda em redes sociais feitos por familiares de pacientes para a compra de medicamentos específicos. Duas dessas pacientes são a enfermeira Eliana Karen e a servidora do Iapen Raquel Moraes. Elas estão internadas na UTI necessitando do medicamento Tocilizumabe, que segundo o pedido de ajuda, custa R$ 4 mil reais.

Hoje é ela, amanhã ninguém sabe

Na postagem compartilhada por dezenas de amigos e parentes de Eliana Karen é dito:
“[…] pequena ajuda para que seja comprada uma medicação injetável que custa R$4.000,00 (quatro mil reais), as 5 ampolas. Essa medicação chamada Tocilizumabe, ajuda na recuperação de defesa do organismo, que o dela está fragilizado e com isso ela possa voltar rapidamente ao convívio de todos nós. Que possamos nos unir e cuidarmos uns dos outros para não perdemos mais nenhum amigo para esse inimigo invisível. Hoje é ela, amanhã ninguém sabe. Mas seja qual for, espero em nome de Jesus qualquer amigo que for infectado seja de forma leve e não precise se internar pela forma grave da doença.”


Na mesma rede social, outro grupo de amigos e familiares de Raquel Moraes, que se encontra internada na UTI do Pronto Socorro, acometida da forma grave do Covid-19, também fazem apelo por ajuda para aquisição do mesmo medicamento.

Segundo denúncia de servidores que trabalham nessas unidades públicas de saúde, a falta de alguns medicamentos já foi informada a Secretaria de Estado de Saúde, mas não receberam nenhuma resposta. “Somos contaminados no trabalho, e não temos prioridade nenhuma. Estamos perdendo profissionais quase toda semana, o 4° andar destinado a servidores da saúde tá lotado, todos os dias é difícil chegar para trabalhar e saber que um colega não resistiu, ou que dois, três, até seis pacientes morreram na noite anterior”, lamenta um servidor que não quis ser identificado.

Alysson Bestene diz que medicamento não faz parte do protocolo

Segundo o secretário estadual de Saúde, Alysson Bestene, o medicamento Tocilizumabe não faz parte do protocolo de tratamento do Covid-19 e essa medicação o estado não disponibiliza em estoque, por ser para tratamento específico de artrite reumatoide (AR) grave. “Esse medicamento tem sido usado somente em estado muito grave da Covid-19, e não recebemos nenhum pedido, além de existir um protocolo específico para aquisição”, afirmou Bestene.

“Não sendo do Protocolo, não tem como a SESACRE adquirir”

Questionado sobre o pedido da enfermeira e por que os médicos estão receitando um medicamento, Bestene disse que ficou sabendo do pedido de ajuda para aquisição do medicamento para Karen, pelas redes sociais, e que acredita que a medicação já foi adquirida pelos amigos da paciente.

Para finalizar sua resposta, Alysson esclareceu que o medicamento “não sendo do protocolo, não tem como a Sesacre adquirir com antecipação”, e que ele não estaria sabendo oficialmente de nenhum outro pedido médico, até a noite desta segunda-feira, 29.