Sicoob Acre inaugura agência em Brasiléia e amplia projeto de interiorização no Acre

Com projeto de cooperativismo de crédito em expansão, o Sicoob Acre inaugurou na noite de sábado (27) uma moderna agência em Brasiléia, interior do estado, onde funcionará como uma espécie de base de atendimento para a região do Alto Acre. A nova agência do Sicoob-Acre que entra em funcionamento desta segunda-feira (27) chega ao mercado de Brasiléia oferecendo alternativas de serviços bancários com taxas de juros menores que a praticada pelos bancos e levando aquela região o conceito de cooperativismo, onde o associado não é cliente do sistema bancário e, sim, sócio da cooperativa.

A inauguração da agência Sicoob Acre em Brasiléia, que está localizada na Avenida Marinho Monte, reuniu centenas de pessoas, entre colaboradores da cooperativa, sócios e pessoas da comunidade local que demonstram interessem em conhecer o funcionamento da cooperativa de crédito que tem movimentado milhões de reais no Acre nos últimos anos e dividiu mais de R$ 8 milhões em sobras, o que os bancos tradicionais chamariam de lucro, entre seus associados.

O diretor administrativo financeiro do Sicoob Acre, Webiston de Sousa Macedo, agradeceu aos presentes ao evento que foi marcado por um coquetel e frisou a importância de contar com a credibilidade da comunidade local.

“É UMA EMOÇÃO PARA NÓS DO SICOOB ACRE ESTARMOS INAUGURANDO MAIS UMA AGÊNCIA, CONQUISTANDO NOVOS ESPAÇOS LEVANDO ESTE CONCEITO DE COOPERATIVISMO DE CRÉDITO. A REGIÃO DO ALTO ACRE CONTARÁ COM UMA MODERNA AGÊNCIA QUE OFERECERÁ UMA SÉRIE DE PRODUTOS E ESTAMOS FELIZES PELA PRESENÇA DE TODOS E PELA CREDIBILIDADE”, DIZ.

Um dos moradores de Brasiléia e dono da empresa Atento Monitoramentos, Claudinei Ferreira, o “Gaúcho”, é um dos que comemoram a chegada do Sicoob Acre a Brasiléia. Ele que já é um entusiasta do cooperativismo de crédito diz que a região do Alto Acre só tem a ganhar com a cooperativa de crédito em funcionamento.

“O cooperativismo de crédito é algo realmente muito bom. Eu já era cliente do Sicoob antes de chegar ao Acre e sofri quando estava aqui, em Brasiléia, e não tinha. A região que ganha com esta nova agência. Estamos contentes”, diz.

Empresário comenta sobre a satisfação de fazer parte da equipe de associados da cooperativa Sicoob/Foto: Assessoria

Outro empresário que é cooperado Sicoob há 3 anos e que comemorou a chegada da agência em Brasiléia é Marcos Grassi, dono da Grassi Importadora e Exportadora.

“ESTOU FELIZ EM FAZER PARTE DO SICOOB ACRE. A MINHA FELICIDADE NÃO É SÓ POR VER UMA AGÊNCIA AQUI, A FELICIDADE MAIOR É VER A BOA UTILIZAÇÃO DOS NOSSOS RECURSOS. SOMOS SÓCIOS AQUI E NÃO MEROS CLIENTES”, DIZ.

O presidente do Sicoob-Acre, José Generoso, emocionous-se ao relembrar a trajetória da cooperativa e as conquistas dos últimos anos e afirmou que terão muito que oferecer à comunidade de Brasiléia.

“Temos as menores taxas de juros em empréstimos, financiamentos e consórcios. Trazemos uma cartela de produtos e iremos trabalhar, em breve, com crédito rural. Nossa forma de contribuir com o desenvolvimento da região oferecendo crédito a melhores preços”, diz.

Sócio-fundador José Generoso e membros da equipe do Sicoob inaugura nova agência no Acre/Foto: Assessoria

A ascensão do Sicoob Acre: da sala de lixo do quartel da PM para a cooperativa de crédito que mais cresce no Norte

José Generoso é policial militar aposentado e sócio-fundador da cooperativa que começou a operar em 1999 com um capital social de míseros R$ 500 reais. Bom em economia graças a uma pós-graduação na área, Generoso também é bom de contar histórias, com “h” por serem verdadeiras, destaca ele. É dele o relato emocionado de como a cooperativa iniciou com 25 sócios e um capital de R$ 500,00 e que tinha como local de funcionamento uma das salas onde se guardava lixo no quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Acre e que o armário era uma pasta de papelão onde se cabia todos os documentos da recém-criada cooperativa.

Foi ele que usando uma motocileta foi até Senador Guiomard, a 1 hora da manhã, buscar a assinatura de um dos sócios, em notas promissórioas que seriam enviadas ao Banco Cooperativo do Brasil SA, de onde eles buscavam um aporte financeiro para que a cooperativa engatinhasse e não fizesse passar vergonha os entusiastas do projeto.

“Em 1999 era um ano difícil no Acre, de recessão e a primeira coisa que o coronel nos perguntou quando falamos de cooperativa de crédito era se estávamos doidos. Ninguém acreditava, então a gente tinha que provar que daria certo. Quando eu estava com as promissórias para os sócios assinarem para mandarmos ao banco eu fui até a casa do sargento Saraiva para ele assinar, até hoje não sei se ele assinou por acreditar ou pelo meu esforço porque ele me disse vou assinar porque você veio de longe. O importante foi que assinou”, relembra aos risos.

Generoso relembra que a cooperativa foi criada como mecanismo para que os militares fugissem do poder de atuação da agiotagem e diz que o primeiro empréstimo que a cooperativa autorizou foi de R$ 50 reais e obteve como garantia uma nota promissória assinada.

“Naquela época as dificuldades financeiras eram muito grandes, a inflação chega a 70% e nós policiais acabávamos recorrendo a agiotam e daí sob orientação da Sescop e OCB Rio Branco resolvemos criar uma cooperativa de crédito para nós policiais militares que começou a atuar em abril de 1999 e foi homologada em outubro daquele mesmo ano. Até lá a gente funcionava como uma caixinha onde todo final do mês a gente fazia um sorteio para ver quem ia pegar o dinheiro emprestado. O dinheiro não dava para emprestar para todo mundo. Nossa oferta era bem menor que demanda que nós tínhamos. O primeiro a pegar emprestado pegou R$ 50 reais. A gente emprestava e a pessoa assinada uma nota promissória. Até 2004 ela ainda era só para policiais militares, abrimos para policiais civis em 2005 e chegamos a 800 associados e assim ficamos até 2013 quando partimos para a solicitar ao Banco Central quando pedimos para que a cooperativa se transformasse de livre admissão para que do vendedor de picolé ao grande empresário possa se associar. Em 4 anos um salto de 100% em todos os produtos. Nosso capital até 2012 era R$ 4,5 milhões, agora estamos chegando a R$ 15 milhões. Em ativos temos mais de R$ 40 milhões. Quadriplicamos o quadro social e já devovemos quase R$ 8 milhões em sobra”, diz.

Não é cliente, é sócio

José Generoso faz questão de frisar que na cooperativa de crédito o associado não é cliente e, sim, parte do sistema, tendo direito a dividendos.

“O JURO QUE ELE PAGA RETORNA PARA ELE MESMO MAIS LÁ NA FRENTE. O COOPERATIVISMO VALORIZA PESSOAS E ISSO DÁ MUITO CERTO”, DIZ.

Generoso comemora o fato de terem conseguido aprovar junto ao Banco Central o empréstimo com a menor taxa de juro do mercado.

“Temos a menor taxa de juros no consignado, foi aprovado semana passada foi aprovado a 1,59%, não existe nenhum banco no Acre praticando esta taxa. Nós conseguimos isso porque não temos finalidade lucrativa, o que geramos de riqueza fica dentro do quadro societário. Aqui você não e cliente, é associado”, diz.

Além da menor taxa no empréstimo consignado, o Sicoob também oferece a menor taxa no juro do cartão de crédito e cheque especial, com cerca de 4% a menos que os bancos.

“Nosso juro no cartão de crédito é de 8,6% enquanto o banco tradicional custa 12%, no cheque especial praticamos 8%”, diz.

Inauguração da nova agência do Sicoob recebeu dezenas de pessoas/Foto: Assessoria

O que são cooperativas de crédito?

As cooperativas de crédito são instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central e, como as demais, sujeitam-se às normas emanadas do Conselho Monetário Nacional e do próprio Banco. No âmbito legal, há leis específicas para as cooperativas, Lei nº 5.764/1971 e Lei Complementar nº 130/2009. No âmbito das normas, as cooperativas de crédito até respondem a comandos específicos, mas, como conceito geral, elas estão sujeitas ao mesmo arcabouço que promove um adequado ambiente de controles internos, o gerenciamento de riscos e de capital, a governança e a boa gestão, exigido para todas as instituições.

O Banco Central monitora – ou fiscaliza – a atuação das cooperativas de crédito?

O Banco Central supervisiona e monitora a atuação das instituições financeiras em um processo contínuo, e não é diferente para as cooperativas. Uma supervisão abrangente e próxima é a melhor contribuição que o Banco Central pode dar às cooperativas de crédito.

O que a economia brasileira ganha com o crescimento do cooperativismo de crédito?

O crescimento do cooperativismo contribui para uma sadia concorrência no Sistema Financeiro Nacional, propiciando redução de taxas de juros cobradas, ampliando a oferta de crédito e fomentando a eficiência do conjunto das instituições. Destaque-se, ainda, o papel das cooperativas como vetor da inclusão financeira, proporcionando o acesso para pessoas com baixa disponibilidade de atendimento pelo sistema tradicional e, ainda, reciclando a poupança local ao promover o reinvestimento de recursos na própria comunidade – outro ponto da Agenda BC+: “mais cidadania financeira”.