Varíola dos macacos: cidade de fronteira no AC cria plano de contingência para lidar com a doença

A Secretaria Municipal de Saúde de Plácido de Castro, no interior do Acre anunciou, nesta terça-feira (9), a criação de um plano de contingência que reúne um grupo específico de servidores e órgãos para atuar no combate à varíola do macaco.

O plano foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e apresenta como medidas elaborar informativo sobre a doença e distribuir para a população e profissionais de saúde entre outros que incluem ações coordenadas com o país vizinho, a Bolívia. Além de monitorar a entrada de passageiros na rodoviária do município, com a finalidade de identificar possíveis sintomas da doença. (Veja propostas abaixo)

Até essa segunda-feira (8), o estado acreano tem um caso confirmado de varíola dos macacos, 4 descartados e cinco em investigação, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre).

A última notificação é de uma mulher de 35 anos, que mora em Rio Branco e deu entrada na UPA da Sobral na tarde de domingo (7), com dor de cabeça e erupções cutâneas no corpo.

Medidas do plano

  • Orientações técnicas quanto à identificação, notificação e manejo clínico dos casos suspeitos;
  • Criar posto avançado de monitoramento e informação no acesso terrestre à Bolívia;
  • Realizar ações educativas junto às escolas do Município;
  • Articular com as autoridades de saúde bolivianas ações e medidas visando a identificação e manejo dos casos suspeitos;
  • Criação de Comitê Técnico Consultivo para acompanhamento e monitoramento das ações direcionadas as emergências de interesse na saúde pública no município e na área de fronteira;
  • Realizar atividades de monitoramento de passageiros rodoviários, na rodoviária do município, quanto à evidenciação de sinais e sintomas da doença, bem como procedência e destino dos mesmos;
  • Realizar ação informativa, junto aos motoristas de táxi lotação, quanto à identificação de casos suspeitos, sinais e sintomas da doença.

Macaco não é transmissor

Apesar do nome da doença, o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde do Acre, Gabriel Mesquita, destaca que a doença não tem ligação com o macaco e que é considerada leve. Ele faz o alerta para que as pessoas não façam nenhum tipo de mal ao animal.

“Na verdade, foi consenso para definição do nome para Monkeypox justamente pelos macacos não terem envolvimento nesse processo de transmissão e para evitar que as pessoas façam esse mal com o macaco. Eles não são reservatórios da doença, não fazem essa transmissão direta, então, por isso, que decidiu-se pela comunidade científica que o nome seria Monkeypox para evitar esse estigma aos animais que não tem nada a ver”, pontua.

Ele destaca ainda que a transmissão da doença é feita de forma bem direta, com contato muito próximo.

“É uma doença de transmissão baixa, lenta, e é preciso ter um contato muito próximo, toque na pele, com secreção que sai das fístulas, secreções orais, então é uma doença que pode ser facilmente evitada com uso de máscara, evitar estar muito próximo a pessoas que estiveram em região que está tendo essa circulação de casos”, orienta.

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Sintomas e transmissão

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.

Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

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As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.

O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés”, completa Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.