Foi por lá que viajaram de férias os dois acreanos, estudantes de medicina na Bolívia, que estão em quarentena no hospital geral de Brasiléia (AC) desde a semana passada, com suspeita do Corona vírus.
Na ida eles visitaram duas cidades italianas, hoje consideradas foco do corona vírus na Europa, e retornaram ao Brasil em um vôo direto de Orlando, nos Estados Unidos, para Cobija (BO), depois cruzaram a ponte Ilson Pinheiro de táxis para casa em Brasiléia (AC) onde começaram a sentirem os sintomas da doença no dia seguinte.
As informações apuradas pelo Acjornal sobre os dois primeiros casos suspeitos de Corona Vírus no Acre, alertam para o risco do aeroporto internacional de Cobija, ser, hoje, um Portão aberto para a entrada do COVID-19 no Acre.
No mês passado uma equipe do Acjornal esteve no local e constatou que não existe controle de inspeção sanitária no portão de desembarque do aeroporto. Fato que qualquer pessoa que chega de viajem, proveniente de locais de pandemia do corona-virus pode sair das instalações do aeroporto, normalmente e seguir para o convívio no meio da comunidade.
Outro fator de risco, identificado pelo Acjornal, no aeroporto do país vizinho, é o grande fluxo de passageiros nos vôos internacionais que saem e chegam duas vezes por semana em Cobija.
O destino das empresas áreas que operam do outro lado da fronteira acreana são as cidades de Miami e Orlando, nos Estados Unidos, mas todos os vôos fazem escala em cidades da Itália, Espanha e México.
Devido ao preço das passagens e, em muitos casos, a facilidade para embarque sem as rigorosas exigências legais do passaporte, o aeroporto tem se tornado, nos últimos anos, uma referencia para quem quer sair do Brasil.
Muitas pessoas dos Estados da Região Norte, e até do Centro Oeste brasileiro, vêm para o Acre, atravessam a fronteira em Epitaciolândia/ Brasiléia e seguem para os mais diferentes locais do mundo a partir de Cobija.
Sem duvidas, essas rotas deixam o Acre mais interligado com essespaíses, considerados pela Organização Mundial de Saúde, área de circulação do COVID-19, principalmente a China que tem fortes laços comerciais com a nossa vizinha Bolivia, em especial o Estado de Pando que possui zona de livre comercio e toda semana recebe toneladas de mercadoria em vôos cargueiros proveniente do país onde surgiu o Corona-vírus.
Sobre a possibilidade de uma fiscalização antecipada para evitar a entrada do vírus no Acre, a secretaria estadual de saúde explicou que atende ao padrão de controle e fiscalização dos possíveis casos da doença conforme estabelece o Ministério da saúde que atende orientação da Organização Mundial de saúde.
Todo paciente suspeito da doença é colocado em quarentena e submetido a exames laboratoriais para comprovação do COVID19. Em todo Acre, até às 11H30 desta segunda-feira (9), existiam três situações suspeitas, uma descartada e nenhum caso confirmado da doença.

