Após denúncia, MP-AC investiga suposto caso de líder religioso que orientou fiéis a não se vacinarem

Após denúncia, MP-AC investiga suposto caso de líder religioso que orientou fiéis a não se vacinarem — Foto: Tiago Teles/Ascom MP-AC

Após denúncia, MP-AC investiga suposto caso de líder religioso que orientou fiéis a não se vacinarem — Foto: Tiago Teles/Ascom MP-AC

A promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público do Acre instaurou, nessa segunda-feira (14), uma investigação sobre o suposto caso de um líder religioso que teria orientado fiéis a não se vacinarem contra a Covid-19.

A denúncia foi feita pelo infectologista Thor Dantas em sua rede social na última sexta (11). Na publicação, o médico afirma que três pacientes foram transferidos da Fundação Hospitalar do Acre para o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Acre (Into-AC) com quadro grave de Covid-19.

Ainda segundo o especialista, todos estavam sem vacina e teriam informado que não tomaram porque o líder religioso deles disse que não era para se vacinar.

Denúncia foi feita por médico infectologista do Acre em rede social  — Foto: Reprodução

Denúncia foi feita por médico infectologista do Acre em rede social — Foto: Reprodução

g1 entrou em contato com o médico nesta terça-feira (15), mas não obteve sucesso até última atualização desta matéria. A reportagem também tentou confirmar o caso com a direção da Fundhacre e do Into, mas aguarda retorno.

A notícia sobre o caso circulou nas redes sociais no último fim de semana e, nessa segunda, o MP-AC informou que vai solicitar diligências, com urgência, para identificação das três vítimas referidas na postagem. A medida foi tomada pelo promotor de Justiça Ocimar Sales Júnior.

Conforme o MP, devem ser enviados ofícios à Fundhacre e ao Into solicitando documentação clínica dos pacientes. Depois, as informações serão repassadas à Polícia Civil para possível instauração de um inquérito policial para apurar a suposta infração de medida sanitária preventiva.

“O MP-AC considerou a relevância do poder da comunicação e de discursos religiosos, especialmente em razão dos seus efeitos sobre a realidade social e a persuasão do público, notadamente quando advindas de líderes com poder de influência sobre os fiéis, que têm efeitos para gerar danos concretos”, disse o promotor em site oficial.

O órgão ressaltou ainda que a liberdade de manifestação no campo religioso é protegida constitucionalmente. No entanto, desde que não atinjam de “forma abusiva” outros direitos, princípios e valores estabelecidos por lei.