Denúncia feita por familiares cobram pessoas envolvidas no acidente envolvendo van que deixou cinco mortos na BR 317

Denúncia é feita por familiares e aponta que parlamentar quer jogar a responsabilidade apenas para o motorista do veículo, que é casado com uma sobrinha

Da Redação, com EcosdaNotícia

O deputado estadual Antônio Pedro e candidato á reeleição pelo União Brasil está sendo acusado por familiares de sobreviventes de um acidente grave na estrada de acesso a Xapuri, a BR-317, de fugir de suas responsabilidades e de não prestar assistência às pessoas que escaparam muito machucadas na ocorrência.

O acidente ocorreu no dia 27 de julho deste ano, na região do Araxá, no qual morreram cinco pessoas e outras 11 ficaram feridas com a gravidade e algumas das vítimas estariam passando necessidades e sendo desprezadas pelo parlamentar, o verdadeiro dono do veículo envolvido na ocorrência e a pessoa responsável pelo transporte dos passageiros.

O motorista da Van, Jean Lopes, foi indiciado pela Polícia Civil em Xapuri como culpado direto pelo acidente. Instaurado pela Delegacia de Polícia Civil de Xapuri, através do delegado Gustavo Neves, o inquérito não envolve o deputado porque, além das imunidades parlamentares, à investigação não interessa as questões administrativas do caso.

“Apuramos especificamente o acidente com mortos e feridos. As questões administrativas do caso não cabem a nós, da Polícia Civil”, disse o delegado Neves à reportagem, nesta quinta-feira (22).
O inquérito já foi concluído e encaminhado à Justiça Criminal.

O deputado Antônio Pedro até aqui tem se safado mesmo que a ocorrência tenha envolvido um veículo de passageiros de sua responsabilidade. A Van levava pacientes para consultas no Hospital de Amor, em Rio Branco, parte do serviço assistencialista do mandato do deputado. Pessoas portadores de câncer ou sob investigação em relação à doença, a partir do acidente, além de ficarem sem condições para o transporte a fim de novas consultas, vivem o trauma da ocorrência.

“Quando a gente procura o deputado, ele faz ouvido de mercador”, disse o parente de uma vítima sobrevivente, referindo-se a Antônio Pedro. O deputado está focado em sua campanha à reeleição e não estaria dando atenção aos sobreviventes e seus familiares.

A reportagem tentou ouvir o deputado pelo telefone celular de números finais 25, mas o parlamentar atendeu e não falou e tampouco respondeu às mensagens de áudio deixadas no aparelho. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) informa que o parlamentar acaba de receber o aporte de R$ 700 mil do Fundo Partidário para sua campanha..

Familiares de sobreviventes que não querem ser identificados temendo represálias afirmam que, mesmo sendo o legítimo proprietário do veículo envolvido no acidente, o parlamentar quer empurrar a responsabilidade para terceiros. A Van com os passageiros bateu a lateral esquerda com um caminhão. O veículo era dirigido por um homem identificado por Jean Lopes. Investigações posteriores ao acidente revelaram que Lopes não era um simples motorista. Era, na época, diretor comercial da Cageacre (Companhia de Armazenamento do Acre), empresa estatal do governo do Acre em fase falimentar e que, no entanto, continua a servir de cabide de emprego para pessoas com influência política, No caso, Jean Lopes era diretor da empresa mas dava expediente mesmo era como motorista e defensor dos interesses políticos de Antônio Pedro.

As informações dão conta de que Lopes, na verdade, é casado com uma senhora de nome Carla Mendonça, candidata derrotada nas eleições municipais de 2020 à Prefeitura de Xapuri. Mendonça vem a ser sobrinha do deputado Antônio Pedro, de onde se originaria as relações de poder do desastrado motorista com o parlamentar. Após o acidente, Jean Lopes não foi mais visto em Xapuri.

As vítimas encaminhadas ao Pronto Socorro de Rio Branco foram as seguintes: Lenilda Silva, 20 anos; Jean Lopes Oliveira Júnior, 31 anos (motorista da van); Mayane do Nascimento Mendonça, 19 anos. Das cincos vítimas fatais, quatro foram reconhecidas pelos familiares no IML. São elas: Leonor Leite de Souza, 42anos; Joana Souza da Silva, 42 anos; Valdeide Alves da Silva, 38 anos; Maria Francinete Barbosa de Souza, 50 anos.

A violência da batida foi tão grande que a van perdeu toda a lateral e a porta do veículo ficou presa ao caminhão. De acordo com o Samu, os óbitos foram todos de mulheres e entre os feridos ficaram três mulheres e um homem.