Vice-governadora Mailza discute prioridades do agronegócio no Acre em reunião com Federação da Agricultura e Pecuária


Em reunião com a diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac), nesta segunda-feira, 8, a vice-governadora Mailza Assis recebeu um documento elaborado pelo Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre com as pautas prioritárias do agronegócio no estado. No encontro, Mailza defendeu uma agenda contínua de trabalho entre governo, entidades e cadeia produtiva.

Vice-governadora Mailza em reunião com o Fórum Empresarial e produtores rurais do estado. Foto: Ingrid Kelly/Secom

Participaram do encontro o presidente do Fórum e da FAEAC, Assuero Veronez, o deputado federal e presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), José Adriano, o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita, Mauro Marcelo, além de produtores rurais.

Ao receber o material, Mailza destacou a importância da continuidade administrativa e do fortalecimento do diálogo entre governo e iniciativa privada. “O compromisso é dar sequência ao que está dando certo, promover decisões que minimizem os problemas mais urgentes e garantir que as pautas discutidas ao longo dos anos sejam consideradas. O desenvolvimento do Acre só é possível com a participação efetiva de quem produz e gera oportunidades”, afirmou.

Mailza ouviu produtores rurais durante a reunião. Foto: Ingrid Kelly/Secom

Assuero Veronez ressaltou que o objetivo do colegiado é organizar as demandas do setor produtivo e apresentar ao governo propostas embasadas em estudos técnicos. “Esse fórum desenvolve uma série de estudos a respeito dos rumos do nosso desenvolvimento, de aquilo que a gente identifica que tem potencial, tem vocação, e a gente trabalha esses temas através de câmaras, através de grupos de trabalho específicos para cada produto. Temos desenvolvido um trabalho bastante interessante para tentar ajudar nessa discussão, porque aqui a gente precisa realmente de juntar forças e não dividir, e a ideia é sempre racionalizar essa discussão através de temas,” disse.

O deputado federal e presidente da FIEAC, José Adriano, reforçou a necessidade de continuidade das políticas públicas e de segurança regulatória para estimular novos investimentos. “Pequenas mudanças destravam diálogos e incentivam o produtor a continuar acreditando. Quando a gente olha para o desenvolvimento de um estado, isso é muito claro, a gente vê os estados do Brasil, onde o agro está fortalecido, a gente tem toda a cadeia produtiva. E isso quer dizer política pública, a melhor forma de você ter a autonomia do cidadão é fazer geração de emprego,” destacou.

Fórum empresarial entregou documento com pautas prioritárias do agro. Foto: Ingrid Kelly/Secom

Durante a reunião, o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita, pontuou que a aproximação direta com a vice-governadora abre espaço para um planejamento mais técnico e alinhado às necessidades do setor. “Existe um ambiente favorável para avançarmos com conhecimento técnico, especialmente na agenda ambiental e regulatória. A oportunidade que nós temos aqui agora é de construir essa conexão e eu fico à disposição também, até porque a base da indústria é o agro,” afirmou.

Assuero Veronez é presidente do Fórum Empresarial e da Faeac. Foto: Ingrid Kelly/Secom

Produtores também se manifestaram. O pecuarista e produtor de soja Jorge Moura destacou as dificuldades enfrentadas com embargos judiciais que impactam diretamente a produção. “Recebi embargos por ação de terceiros e isso travou a fazenda. Já tive financiamento antecipado pelo banco, fui desclassificado e estou pagando dívidas altas sem conseguir produzir. Acreditei no potencial do Acre, mas tudo isso está indo pelo ralo se não houver uma solução rápida. Precisamos de celeridade para destravar a área e plantar,” pediu.

pecuarista e produtor de soja Jorge Moura destacou as dificuldades enfrentadas com embargos judiciais. Foto: Ingrid Kelly/Secom

Já o produtor Edilson Araújo solicitou atenção especial à manutenção de ramais e construção de pontes, fundamentais para o escoamento da produção. “Nossos ramais e pontes são o gargalo. Pedimos uma parceria efetiva com as prefeituras para manter os ramais e substituir as pontes de madeira por estruturas definitivas.”

Prioridades apresentadas

O documento entregue pelo Fórum reúne propostas debatidas em grupos técnicos e contempla ações estratégicas para o agronegócio, indústria e comércio. Entre elas, destacam-se:

  • Apoio do governo para buscar equilíbrio fiscal do milho produzido no Acre frente ao produto de outros estados.
  • Isenção de ICMS para peças de reposição de máquinas e equipamentos agrícolas visando recuperar áreas degradadas, para a produção integrada de grãos e pecuária.
  • Prioridade nas compras governamentais de produtos locais, com foco na agricultura familiar (ex.: retomada da cadeia do maracujá em Capixaba).
  • Reforço de pessoal no IMAC e no Escritório do CAR para acelerar a validação de mais de 52 mil cadastros e destravar acesso a crédito rural.
  • Adequação da legislação ambiental do Acre à Lei Geral de Licenciamento Ambiental (15.190/2025).
  • Prioridade junto ao Imac para promover adequações no Sistema informatizado de Licenciamento Ambiental para permitir protocolo remoto via gov.br por técnicos municipais e consultores.
  • Negociação com a Direção Nacional do IPHAN para estudo e proteção dos mais de 800 geoglifos, com normatização dos protocolos a serem adotados para a sua efetiva proteção no processo de licenciamento de atividades agropecuárias nas áreas consolidadas com regras que evitem bloqueios generalizados ao crédito rural.
  • Substituição de pontes de madeira por estruturas definitivas e manutenção de ramais para escoamento da produção.
  • Ampliação da capacidade de armazenagem de silos graneleiros e câmaras frias para armazenamento de polpas de frutas, com atenção à regional do Juruá.
  • Política fiscal para a mandioca, beneficiando mais de 20 mil produtores da farinha e goma.
  • Atração de investimentos para ampliar a capacidade de abate com inspeção federal (SIF) ou com adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) , reduzindo a saída de animais e agregando valor no Acre.

Próximos passos

Mailza reafirmou a disposição do governo em manter um canal permanente de diálogo com o setor produtivo e encaminhar, desde já, demandas que possam ter soluções imediatas. “O Acre tem um grande potencial de crescimento. Vamos trabalhar em conjunto, governo e iniciativa privada, para transformar desafios em oportunidades e garantir que o setor produtivo continue sendo pilar do desenvolvimento econômico do nosso estado”, concluiu.

Sobre o Fórum Empresarial

O Fórum Empresarial é uma associação civil de direito privado sem fins lucrativos criada pela Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio-AC) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), com o objetivo de fortalecer as iniciativas do setor público e privado, estabelecer estratégias que visem ao desenvolvimento do Acre e debater, coletivamente, informações sociais, econômicas e ambientais.








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