Rede de apoio à saúde mental avança no governo Tião Viana

Com a criação dos centros de apoio psicossocial, o Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas (Dape), por meio da Divisão de Saúde Mental da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), garante o acesso e a promoção de direitos das pessoas que necessitam de cuidados na saúde mental, desenvolvida a partir da articulação de ações para diferentes níveis de complexidade.

Hoje, no Acre, a rede de saúde mental conta com ações na atenção básica, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS AD III), leitos de saúde mental no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), CAPS Nauas em Cruzeiro do Sul e consultório de rua com a unidade móvel de saúde para atendimento de pessoas com transtorno mental e situações recorrentes do uso de álcool e drogas.

Atualmente existem sete centros de apoio psicossocial, localizados em Rio Branco, Brasileia, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Epitaciolândia, Sena Madureira e Capixaba, atendendo todas as regionais do Acre.

Além dos CAPS já existentes, está prevista para esta segunda-feira, 5, a inauguração do CAPS Samaúma, em Rio Branco, específico para cuidar de transtornos.

Atividades ao ar livre fazem parte do cuidado oferecido pelo CAPS Náuas (Foto: Cedida)

De acordo com a gerente da Divisão de Saúde Mental da Sesacre, Márcia Aurélio Pinto, “O maior avanço foi fazer com a saúde compreende-se que os dispositivos da rede de atenção psicossocial vão para além de CAPS e para além de hospital Psiquiátrico, que a unidade básica pertence a rede sendo o ponto da atenção primaria da rede que nós temos unidade de saúde da família unidades básicas, Uraps, e de que o Samu e as Upas compreendessem que elas fazem partes da rede de atenção psicossocial, eles são o ponto de atenção a crise nas urgências e emergências”, destaca.

Centro de Referência

O primeiro CAPS foi implantado em Rio Branco no ano de 2002. O CAPS AD atendia apenas crianças e adolescentes que faziam uso de álcool e outras drogas. Já em 2004 foi implantado o leito de saúde mental, que na época era chamado de Serviço Hospitalar de Referência contra Álcool e outras Drogas (SRHAD), que atendia apenas usuários de drogas.

O CAPS II Nauas, em Cruzeiro do Sul, é um centro de referência para a Região Norte. Atendendo todas as faixas etárias e demandas diversas, crianças, adolescentes, adultos, usuários de drogas e transtornos, é uma unidade um pouco maior que atende a toda a população. O trabalho desenvolvido no município é tão intensivo que já estão com um projeto aprovado para a criação do CAPS I especifico para crianças e adolescentes que sofrem de transtornos mentais graves e persistentes.

“O Juruá tem uma supervisão da coordenadora do CAPS Nauas Ana Cristina Messias, para o território do Juruá, Tarauacá, Enviara, então ela faz as visitas sendo referência técnica para os municípios da região”, destaca Marcia Aurélia.

Capacitações

Para que houvesse um envolvimento efetivo dos profissionais com a rede de atenção psicossocial, a divisão de saúde sempre trabalhou com a capacitação dos profissionais, exemplo disso é que em 2014 um grupo formado por 40 profissionais de diversas áreas e pertencentes a todas as regionais passaram 28 dias em São Paulo conhecendo experiências exitosas de várias unidades para que trouxessem essas experiências positiva para o estado do Acre.

Márcia Aurélia, gerente da divisão de saúde mental, fala sobre a importância das capacitações (Foto: Júnior Aguiar)

Em todos os anos são desenvolvidas diversas capacitações com profissionais de outras áreas e outros estados para avançar na educação permanente.

“Todos os profissionais que atuam na assistência psicossocial são capacitados, sempre fazemos atualizações devido à entrada de novos profissionais, para que todos entendam sobre trabalho”, destaca Marcia Aurélia.

Descentralização de serviços

Além disso, o fluxo de descentralização paras as Unidades de Referência da Atenção Primária (URAPs) já vem se efetivando. Pacientes mais graves, com crises psiquiátricas (esquizofrenia, depressão grave, síndromes do pânico e transtornos como bipolar e psicótico), são atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Além de atender pessoas com transtornos mentais, esses espaços acolhem usuários de álcool, crack e outras drogas, como forma de readequar a estrutura da assistência à saúde mental, antes excludente e opressiva em manicômios.

“Pacientes com transtorno leve e moderado devem ser avaliados pela atenção primária, sendo encaminhado para os CAPS apenas os casos graves e persistentes”, conta a gerente.

Parcerias

Com o apoio de instituições de ensino e apoio social, a divisão de saúde mental passou a atuar para além das unidades. Sabendo da importância em se trabalhar assuntos relacionados a saúde mental, as universidades passaram a aderir temáticas relacionadas a saúde mental dentro das disciplinas dos cursos, a Universidade Federal do Acre (UFAC), trabalha a temática dentro de vários cursos como, saúde coletiva, medicina, psicologia enfermagem, Ciências Sociais, Jornalismo entre outros. A Uninorte também passou a desenvolver ações sobre o assunto com os alunos de diversos cursos na área de saúde.

“Entre os avanços, está nosso diálogo que extrapolou os muros da Secretaria de Saúde ele está para além do nosso prédio, conseguiu chegar nas academias. As pessoas ainda estão um pouco confusas porque o hospital psiquiátrico ainda detém esse poderio de atender as pessoas e de sempre quando pensamos em alguém que está sofrendo por algo que não dá pra ver no corpo físico a gente acha que tem que ser atendido no HOSMAC e não tem”, explica a gerente da divisão de saúde mental.

Essas parcerias são importantes para que os futuros profissionais entendam a complexidade que envolve a área, bem como reduz o preconceito sobre o tema dentro das universidades e da própria sociedade que passa a enxergar com um outro olhar as pessoas que estão enfrentando algum transtorno seja relacionado ao uso de álcool e outras drogas ou a problemas psicológicos.

Com palestras, ações educativas, semana de prevenção ao suicídio, a divisão de saúde mental visa ultrapassar o espaço da secretaria e alcançar a sociedade para que tenham uma visão diferenciada, sobre essas pessoas, buscando sempre alternativas que evitem a internação.

Programas de Prevenção

Em 2016 foi realizada a primeira jornada de prevenção ao suicídio, com profissionais do próprio estado. Já em 2018 foi realizada a segunda jornada de prevenção ao suicídio.

Atualmente existem três projetos vinculados ao Ministério da Saúde(MS), em parceria com a educação e assistência social, que atuam na prevenção do uso de álcool e outras drogas, por meio do apoio familiar, envolvimento das escolas e rede de assistência social, que são o #tamo junto, ELOS, e Famílias Fortes.

O ELOS é um programa que trabalha com crianças de 6 a 10 anos de idade. O #tamujunto ocorre no ensino fundamental no nono ano. E o Famílias Fortes é um projeto que ocorre em parceria com assistência social, saúde e educação, para atender as famílias que estão com os vínculos frágeis.

Saiba onde procurar ajuda:

URAP São Francisco – Rua Joaquim Macedo, 26, São Francisco, telefone: 68 3223-9480;

URAP Cláudia Vitorino – Rua Baguari, Taquari, telefone: 68 3221-4717;

URAP Roney Meireles – Rua Arara, 132, Adalberto Sena, telefone: 68 3223-2329;

URAP Augusto Hidalgo Lima – Rua Tião Natureza, 271, Palheiral, telefone: 68 3225-6495;

URAP Rosângela Pimentel – Estrada do Calafate, Calafate, telefone: 68 3225-6585;

URAP Eduardo Assmar – Rua Salim M. Farhat, Quinze, telefone: 3221-0925;

Policlínica Barral y Barral – Rua São Lázaro,  Tangará, telefone: 68 3226-6402.