PF faz buscas em gabinete de vereador em operação que apura irregularidade em licitações

PF faz busca em gabinete de vereador de Rio Branco durante operação que apura irregularidade em licitações  — Foto: Nucom/PF-AC

PF faz busca em gabinete de vereador de Rio Branco durante operação que apura irregularidade em licitações — Foto: Nucom/PF-AC

A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (5), um mandado de busca e apreensão no gabinete do vereador de Rio Branco Fábio de Araújo (PDT), que é alvo de uma investigação de irregularidades em licitações ocorridas no primeiro semestre do ano de 2020, no município de Plácido de Castro.

A fraude, segundo a PF, teria ocorrido na gestão passada da cidade do interior. O nome da operação, “Contágio II” faz referência ao fato de que o objeto do contrato investigado, é justamente a compra de equipamentos de proteção individual para profissionais da saúde durante a pandemia de Covid-19.

Em nota, o vereador disse que não foi autuado e que não tem nada a temer. “Estou e sempre estive à disposição da verdade e da justiça. Não fui alvo de mandado e sequer fui notificado. Assim que fiquei sabendo, informalmente, que os agentes estavam no meu gabinete, cumprindo o mandado, fiz questão de acompanhar pessoalmente. Eles tiveram acesso aos nossos computadores e realizaram busca ativa por documentos, mas nada foi encontrado. Vale ressaltar que já solicitei por mais de uma vez a oitiva junto ao delegado que preside o inquérito e até o momento não tive retorno”, disse.

 

Um dos contratos investigados – no valor de mais de meio milhão de reais – visava a compra de equipamentos de proteção individual (EPI’s) para profissionais da saúde que atuavam no combate à pandemia da Covid.

Policiais estiveram no gabinete do vereador de Rio Branco Fábio de Araújo (PDT)  — Foto: Assessoria

Policiais estiveram no gabinete do vereador de Rio Branco Fábio de Araújo (PDT) — Foto: Assessoria

A investigação identificou na prefeitura uma espécie de gabinete de compras paralelo ao da secretaria de compras e licitações, sendo que seus integrantes sequer pertenciam aos quadros do município.

A PF diz também que o material comprado não estava armazenado no depósito da Secretaria de Saúde do município, o que impediu qualquer tipo de controle sobre a quantidade e qualidade dos produtos.

“Chamou a atenção dos investigadores, o fato de que na sede da empresa vencedora foram encontradas notas fiscais que demonstram grande diferença entre o valor de aquisição dos produtos e os preços fornecidos à prefeitura. Alguns objetos chegaram a ser vendidos pelo dobro do valor”, diz a nota da PF.