Casos prováveis de dengue aumentam mais de 100% no Acre; veja sorotipos que circulam pelo Estado

Por Contil Net

A partir da SE 40 foi observado um aumento, principalmente na Semana Epidemiológica 48, com 575 casos prováveis

O Acre registrou a ocorrência de casos prováveis de arboviroses urbanas, que são doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos, como Dengue, Zika e Chikungunya. Dentre as doenças, a Dengue foi a que mais se destacou, pois registrou um aumento, principalmente entre os meses de outubro a abril, conhecido como período sazonal.

Segundo uma nota técnica da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), o decreto de Situação de Emergência em virtude da seca extrema, em que os rios chegaram a níveis baixos, ocasionou um desabastecimento de água e as pessoas precisaram armazenar a água que conseguia.

“Entretanto, neste ano de 2023 observou-se uma situação indiscutivelmente atípica: o Acre decretou situação de emergência em virtude da extrema seca vivenciada, em que o nível dos rios chegou a patamares tão baixos, que ocasionou um desabastecimento de água nos domicílios, e fez com que a população necessitasse armazenar a pouca (água) que conseguia, porém, de forma inadequada, contribuindo para a reprodução de mosquitos, justamente no período conhecido como estiagem”, diz a nota.

De acordo com os dados, entre as Semanas Epidemiológicas (SE) 1 a 48 de 2023, foram notificados 5.445 casos prováveis de Dengue no Acre, que representa um aumento de 106,6% em relação ao mesmo período de 2022, tendo sido confirmados 3.755, dos quais 29 apresentaram sinais de alarme e 2 foram classificados como Dengue Grave. Além disso, os dados mostram que não há registro de óbitos pela doença.

A partir da SE 40 foi observado um aumento, principalmente na Semana Epidemiológica 48, com 575 casos prováveis. Os casos prováveis da SE 40 a 48 representaram 37% de todos os registros de 2023.

“Sabe-se que existem 4 sorotipos diferentes do vírus da Dengue, quais sejam; DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Todavia, desde 2018 só tem circulado no Acre o DENV-1 e/ou o DENV-2, sendo que neste ano temos a circulação simultânea de ambos, com predominância do DENV-2”, diz a nota.

O documento ressalta ainda a importância de destacar a reemergência e a rápida dispersão do sorotipo DENV-3 no território nacional, o qual não circulava há mais de 15 anos, sendo muito grande o número de indivíduos suscetíveis, que torna o cenário epidemiológico ainda mais propício ao aumento da transmissão de Dengue em 2024 e a possibilidade de uma epidemia de maiores proporções do que as já documentadas na série histórica do país”, diz.