“Para cargos em comissão foram R$100 milhões”, diz Jarude sobre auxílio de apenas R$150 proposto por Governo a atingidos por enchente*

ASSESSORIA

As enchentes que atingiram Rio Branco, após transbordamento de igarapés e o Rio Acre, já chegam ao sexto dia castigando além da capital, outros municípios acreanos.

Como medida, o Governo do Estado enviou à Assembleia Legislativa um decreto que autoriza o pagamento de duas parcelas de apenas R$ 150 às vítimas das alagações.

Para o deputado Emerson Jarude (MDB) a solução levantada pela equipe do Governo é uma tentativa de mascarar a realidade que os acreanos enfrentam, já que o valor será pago por família, independente da quantidade de membros, e mal compra uma cesta básica.

“Acabei de olhar o projeto que o Governo enviou para cá e eu tenho certeza que esse auxílio do bem poderia ser muito melhor R$ 150 para essas famílias, não é nem individualmente, é por família, um valor total de R$ 3 milhões. Essas famílias perderam tudo, muitas ficaram apenas com a roupa do corpo, não têm o básico e precisam recomeçar do zero. Esse valor vai atender essas pessoas?”, questionou o deputado.

Jarude, que desde o primeiro dia do desastre está com seu gabinete mobilizado em ações, pontuou que o mesmo Governo investiu valores muito mais altos para contratar cargos em comissão, por exemplo.

“A gente começa a analisar o projeto do governo e lembra que ele contratou jatinhos por 18 milhões de reais. Mandou para cá uma reforma administrativa para contratar mais cargos comissionados no valor de mais de 100 milhões de reais por ano. Mas para as pessoas, 150 reais.
A operação traz uma investigação de mais de R$ 7 milhões de recursos, aqueles 12% de propina que estão sendo investigados, é o auxílio do mal e se o auxílio do bem tivesse a menos 10% desse auxílio do mal, a gente teria resolvido boa parte dos problemas”, pontuou Jarude cobrando ainda que a Prefeitura faça também a sua parte.

Outro ponto levantado pelo deputado foram os critérios estabelecidos: é necessário que as família recebam no máximo R$210, não podem estar recebendo nenhum auxílio do Governo Federal, como o Bolsa Família, e nenhum dos membros da família pode estar empregado.

“A pergunta que eu faço é; quem vai receber? Dificilmente alguém vai se encaixar, quando na verdade o único critério deveria ser ter sido atingido”, afirmou Emerson Jarude.

O parlamentar afirma ainda que esperava soluções mais efetivas das autoridades. “Eu esperava que o meu governador e o meu prefeito o mínimo, que fizessem uma coletiva de imprensa e anunciassem que contrataria todos os caminhões que estivessem à disposição para fazer a limpeza das ruas e retirar os entulhos, que anunciassem que onde tivesse cesta básica disponível, iria comprar, o mesmo com produto de limpeza, colchão, tudo que fosse necessário para minimizar o sofrimento da população, mas não”.