Onda de calor no Acre em 2023 pode ser uma das piores dos últimos anos, diz Defesa Civil

Foto: Carina Menezes

Nos últimos 4 anos, os maiores índices de queimadas foram em 2020 e 2022 totalizando 218.194 queimas no estado do Acre, resultando em aumento de calor e doenças respiratórias pela população de Rio Branco.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente em 2022, o Acre registrou um total de 115.033 focos de incêndios, sendo setembro o mês com mais queimadas no estado, com 41.282, seguido de agosto com 33.116, outubro com 13.911 e novembro com 11.062.

Apesar de ser conhecido como um dos meses mais chuvosos do ano, devido ao início do inverno amazônico, os meses de novembro e dezembro, com 2.756 focos, tiveram situações diferentes em relação aos anos anteriores, onde a presença do calor e das queimadas fora de época estiveram presentes, pois não é muito comum haver queimadas em períodos chuvosos.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, a perspectiva para 2023 é ser mais quente do que foi em 2022 e consequentemente nos próximos anos, podendo chegar em 2030 com temperaturas muito altas. “Devemos nos preocupar a partir de agora, com a questão das queimadas, das secas, das enchentes e agora com o fator temperatura também”.

Os fatores que contribuíram para o alto número de queimadas em 2022 foram justamente a combinação de três fatores, ausência de chuva, estresse da vegetação e temperatura, que combinados são propícios às queimadas, sem falar nos incêndios propositais, criminosos ou acidentais.

O tenente-coronel Falcão também orienta a população a evitar queimadas. “A queimada é uma técnica agrícola antiga, então as pessoas ainda têm a velha cultura de acabar queimando o lixo nos quintais e na vegetação. Temos decretos onde não há permissão para queimar. Para evitar danos, há várias providências que as pessoas podem tomar, como fazer assero nos quintais e terrenos para que quando um incêndio começar, não atinja a propriedade”.

Para quem não seguir as orientações de não queimar, existem penalidades municipal, estadual e federal, que punem as pessoas que praticam esse tipo de dano à natureza. Essas penalidades vão desde multas, intervenção em propriedades e cerceamento de liberdade se o dano e o crime ambiental cometido forem de grandes proporções.

As denúncias podem ser feitas anonimamente na Delegacia Online através do número 181, no número de denúncia ostensivo, em que a pessoa se identifica e faz o relato, e na Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semea), pelo WhatsApp (68) 99227-1126 e pelo telefone 3228-2894.